Sempre que enfrentamos dificuldades no relacionamento conjugal, a primeira coisa que fazemos é buscar estratégias que nos permitam mudar o outro. Afinal de contas nosso cônjuge é a causa principal de todos os nossos conflitos, não é mesmo?
Mudar o cônjuge, utilizando-se até mesmo da manipulação dos filhos para influenciá-los com a nossa visão, parece ser a única saída.
Na verdade isto é pura ilusão.
Quando estamos vivendo alguma dificuldade em nosso relacionamento, temos a tendência natural de achar que o problema está no outro, ou seja, que a solução só virá se conseguirmos mudar o outro.
Se agirmos assim, estaremos incorrendo num erro grave, e que normalmente só nos levará a um maior número de conflitos na relação.
Normalmente quando o conflito atinge um ponto insuportável, inicia-se uma sutil troca de acusações, onde normalmente acusamos nosso cônjuge de fazer coisas que não gostamos que nos façam (mas que nós fazemos), ou mesmo o acusamos de não fazer algo que nós gostaríamos que fizesse (mas que nós também não fazemos).
Quando você não consegue tirar sua felicidade de dentro de você mesmo e a mudança do outro for condição para que você seja feliz, perceba que isto é um convite à reflexão sobre você mesmo, sobre sua visão da própria vida.
Se, a partir desta reflexão, você iniciar um processo de mudança pessoal, a necessidade de modificar o cônjuge tende a desaparecer.
E, freqüentemente, como conseqüência, nosso cônjuge inicia seu processo de mudança, em resposta às nossas próprias mudanças.
Se você deseja viver o projeto de Deus para o seu casamento, evite culpar seu cônjuge por tudo o que acontece com você, ou até mesmo utilizar este argumento como desculpa para considerar a possibilidade de romper a relação.
A maior prova que você pode dar, de que ama seu cônjuge de verdade, é assumir que todo aperfeiçoamento que precisa ocorrer na relação, deve começar por você.
Numa relação a dois, a única pessoa sobre a qual você tem controle para mudar o que precisa ser mudado, é você mesmo.
E se você não conseguir mudar nem a você mesmo, desista de tentar mudar seu cônjuge. Será um aborrecimento a menos.
Ao seu cônjuge, você pode até alcançar, mas como conseqüência de uma sensível mudança de comportamento pessoal, que possa ser percebido por ele como algo positivo, e não tentando impor a sua posição.
Que esta reflexão possa te levar a uma avaliação profunda e sincera sobre a vida, e se questionar se não viveu ou mesmo está vivendo esta dura realidade.
E que, a partir desta viagem para dentro de si mesmo, você possa viver um relacionamento com mais harmonia e, como conseqüência, viver um casamento com a qualidade que Deus planejou.
Disse o poeta americano Ralph Waldo Emerson:
“Quem você é fala tão alto, que eu não consigo ouvir o que você está dizendo.”