Um casal, de relacionamento exemplar, sai em mais uma viagem de férias.
Eles haviam conquistado uma condição financeira e social confortáveis, depois de 20 anos casados. O marido era um empresário próspero, a esposa compartilhava com ele, a administração da empresa, que eles iniciaram logo após terem terminado juntos a mesma faculdade.
Após várias viagens internacionais, ele resolve, atendendo a um desejo de sua esposa, levá-la à sua cidade natal. Era uma viagem que ela vinha cobrando havia alguns anos, pois ela não havia voltado lá, desde que se casaram.
Como a distancia permitia e não havia alternativa, a viagem foi feita de automóvel.
Após viajar durante todo o dia, eles entram na cidadezinha, ao cair da tarde. Eles procuram o primeiro posto de gasolina da cidade para abastecerem e irem ao toalete. Após darem instruções ao frentista eles deixam o carro sendo abastecido e se afastam.
Ao retornar ao veículo, ela percebe algo familiar naquele frentista. Depois de pensar por alguns instantes, ela o reconhece. Ele havia sido seu namorado por dois anos, quando ela era ainda adolescente e morava naquela cidadezinha.
Um pouco constrangida, e na dúvida se valia à pena fazer algum comentário com o marido, ela decide colocá-lo a par, e o seguinte diálogo se trava:
– Meu bem, aquele frentista foi meu namorado quando eu tinha 16 anos.
No que ele responde com tom de voz grave:
– Ainda bem que você se casou comigo e não com ele. Caso tivesse se casado com ele você seria esposa de um frentista e não de um empresário de sucesso.
Decepcionada com o comentário de mau gosto do marido ela responde com outra provocação.
– Meu bem, não vejo desta forma. Acredito que se eu tivesse me casado com ele e não com você, provavelmente o empresário bem-sucedido fosse ele e não você.
Em seguida ela sorri, como se tentasse abrandar a gravidade de sua resposta.
Impressionante como os homens são, às vezes, tão machistas.
Para ele, aquele comentário poderia ter sido somente uma brincadeira, uma provocação boba. Mas para ela, a frase caiu como uma declaração de incompetência.
Muitos de nós não temos consciência de que o impacto causado pelo que falamos, é causado, em menos de 10% pelo conteúdo da fala, e mais de 90% pela forma com que pessoa que ouve recebe o que foi dito.
Qual o homem que nunca pensou assim, na relação com a esposa:
– “Não sei porque ela ficou tão furiosa, não falei nada demais…”
A mensagem que ela recebeu foi a de que sua participação efetiva, na construção de tudo o que eles possuíam, não havia existido. Era como se todo o mérito pela condição atual que eles desfrutavam, fosse somente dele. Aquela declaração a desvalorizava, e não reconhecia sua importância no que havia sido construído ao longo daqueles anos de casamento.
Podemos não ser empresários e nossa esposa pode nem mesmo trabalhar fora, mas isso não nos impede de buscarmos valorizá-la em todos os momentos de nossas vidas.
Além disto, em muitos casos, até mesmo nossa carreira profissional poderia ter sido ainda mais vitoriosa, caso tivéssemos desenvolvido o hábito de consultar nossas esposas nos momentos de decisão.
Se esta reflexão te revelou algo, ainda é hora para recuperar o tempo perdido.
“Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações (1ªPe.3:7).”
Esta reflexão ratificou que “por traz de um grande homem quase sempre existe uma mulher com problemas de baixa alto estima”… hehehe!